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‘WHATEVER PEOPLE SAY I AM…’ COMENTADO POR ALEX TURNER (2006)

Alex Turner escreve o guia definitivo de ‘Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not’

Quando o Arctic Monkeys lançou seu primeiro álbum ‘Whatever People Say I Am…’ em janeiro, quebrou-se todos os recordes para se tornar o CD britânico de estréia mais vendido na história. Todo mundo disse o que tinha que dizer, mas aqui vai o que Alex Turner tem para nós através da história de cada faixa.

album 7

Whatever People Say I’m … (2006) @Domino

 

1. THE VIEW FROM THE AFTERNOON

Essa foi uma das últimas músicas escrita para o álbum. Não há nada grandioso, é apenas sobre antecipar a noite, encontrando conforto nas familiaridades e o fato que você sabe que você é obrigado a enviar mensagens estúpidas ou algo assim antes do Sol nascer. Eu acho que parei de fazer essas coisas agora.

2. I BET YOU LOOK GOOD ON THE DANCEFLOOR

Eu tenho a impressão que muitas pessoas imaginam um cenário noturno quando escutam essa música, mas ela evoca imagens diurnas para mim. “Luxúria” talvez seja uma boa palavra que a descreva. Está longe do nosso melhor trabalho mas eu não vou falar sobre isso.

Encarte I Bet You Look Good... @Domino

Encarte I Bet You Look Good... @Domino

3. FAKE TALES OF SAN FRANCISCO

Nós primeiro tocamos esta música no final do verão de 2004. Nessa época começamos a tocar vários shows – às vezes enlouquecíamos e tocávamos dois shows em uma semana – e então a gente estava colando ombros com um monte de outras bandas similares ao nosso nível. Essas apresentações eram normalmente quatro bandas ou às vezes mais. Não tinha ninguém na plateia com exceção de alguns dos seus companheiros ou namoradas que iriam embora assim que possível. As bandas raramente tinham algo em comum, musicalmente falando ou de outra forma,  – e bem ao lado dos adolescentes zangados e indiferentes de treze anos tocando Green Day ou qualquer outra coisa, você iria encontrar os bastardos que forneceram o tema para a letra de ‘Fake Tales…’.

Se é uma noite de terça-feira em Sheffield tudo bem, por que fingir que é outra coisa? Eu acho que a maneira mais fácil de descrever essa música é a gente ficando irritado com pessoas fingindo. Outra forma de colocar isso seria o som da gente criando algo para reclamar  – depende de quão profundo você quer que isso soe.

There’s a super cool band yeah
With their trilbys and their glasses of white wine
And all the weekend rockstars in the toilets
Practicing their lines

– Fake Tales Of San Francisco

4. DANCING SHOES

É uma das músicas mais antigas. É sobre as pessoas sempre tentando conquistar alguém quando saem, por mais que mascarem isso.

5. YOU PROBABLY COULDN’T SEE FOR THE LIGHTS BUT YOU WERE STARING STRAIGHT AT ME

Eu ainda estou determinando esta porque ela não tem refrão e também não tem nenhum tipo de repetição. É a nossa música de amor, eu acho. É sobre uma garota que conhecemos e fazia parte de uma banda.

6. STILL TAKE YOU HOME

Um tempo atrás, antes dessa loucura, Jamie Cook e eu estávamos em um clube uma noite. A conversa chegou sobre a clientela deste estabelecimento particular e este pequeno bate papo e outros eventos naquela noite levaram à música. Eu lembro que uma garota de cabelo escuro em um vestido verde foi uma inspiração específica.

Fonte: Tumblr

Fonte: Tumblr

7. RIOT VAN

Está é um pouco contra a melodia eu acho, em termos de tempo. Eu acho que a maioria das músicas tiveram o cenário dos dias presentes, entretanto esta música é mais  1999 ou 2000, quando tínhamos 14 anos mais ou menos, e foi escrita na mesma época que outras, como a ‘Bigger Boys And Stolen Sweethearts’. É sobre quando a gente costumava sair por aí e coisas que a gente observava. Nós nunca fomos garotos ruins, só queríamos nos divertir. Eu acho que Helders descreveu isso melhor quando disse: ‘Só porque você saí para lugares onde tem pessoas que invadem casas ou coisa assim, não significa que você faça o mesmo’.

8. RED LIGHT INDICATES DOORS ARE SECURED

É sobre hovercrafts, obviamente. Nós gravamos as músicas na ordem que se apresenta no álbum, uma música por dia basicamente. Usamos um microfone engraçado chamado “bullet” na ‘Riot Van’, e deixamos lá para gravar a ‘Red Light…’ para usar o microfone para fazer a voz guia. Acontece que a voz guia soou tão bem que não fizemos outra gravação no fim. Tinha mais alguns versos escritos para essa música, mas era muita coisa e nunca foi passado para a prática porque era o mesmo riff repetitivo e muita falação. Todo mundo ficou entediado e então cortamos.

9. MARDY BUM

O hit! Essa foi a única que não gravamos junto das outras. Nós gravamos esta em Munique quando estávamos em turnê, em um pequeno estúdio não muito diferente do 2Fly em Sheffield onde fizemos todos as nossas demos.

Mardy Bum 2006

Fonte: Tumblr

10. PERHAPS VAMPIRES IS A BIT STRONG BUT…

Mais ou menos um ano atrás nós tocamos um pouco fora de Sheffield e estávamos experimentando essa coisa de tocar em locais diferentes. Você tem as despesas cobertas na maioria das vezes, mas é só isso – você nunca consegue um pagamento ou coisa do tipo. Mas não nos importávamos realmente,  conseguíamos tocar e nos divertíamos, não tínhamos certeza se pessoas fora de Sheffield já tinham nos escutado, então não esperávamos nada. Mas quando falávamos sobre isso para as pessoas, elas desaprovavam, e talvez até riam por dentro pelo fato de tocarmos de graça. Todo mundo é especialista em brincar de banda e parecia uma piada para a maioria  – As pessoas nos desejavam boa sorte, mas eu acho que quando dávamos as costas, eles estavam convencidos de que estávamos só perdendo tempo.

11. WHEN THE SUN GOES DOWN

Nós tínhamos um local para praticar em uma antiga área industrial fora da cidade. Várias bandas iam ensaiar por ali, inclusive nós. Havia locais onde se vendiam lanches e outras lojas que ficavam abertas por ali durante o dia. De noite, bem como os estúdios e as salas de ensaio, havia talvez uma atividade menos célebre… Quando nos mudamos para o nosso quarto, o vizinho realmente disse “It changes around here when the sun goes down”; e serviços seriam oferecidos (por prostitutas) algumas vezes, ou no meio da noite um sujeito andaria por lá carregando uma sacola quando saíamos. Parece que há um tom humorístico na música mas na verdade é bem triste. É estranho como dois mundo diferentes existem em um mesmo espaço.

Encarte When The Sun Goes Down... @Domino

Encarte When The Sun Goes Down... @Domino

12. FROM THE RITZ TO THE RUBBLE

A história sobre o segurança é eu querendo fazer uma piada. Ainda me pedem identidade quando eu vou aos clubes, e quando eu não era velho o suficiente era um pesadelo conseguir entrar em qualquer lugar. Mas eu tive uma das melhores noites depois de ter sido barrado, então não é sempre uma coisa ruim.

Eu lembro de uma noite caminhando da casa de um dos meus amigos para pegar um ônibus em Hillsborough no domingo; e o segundo verso, e o “last night what we talked about” foi um sonho que eu tive no caminho. Nós sempre tentamos mostrar a mesma atenção para o ritmo e a forma como as partes trabalham juntas, como fazemos com as palavras ou qualquer dessas coisas. Acho que ela é um bom exemplo de quando nós tivemos realmente uma harmonia entre as duas coisas.

13. A CERTAIN ROMANCE

Todas as nossas outras músicas são bem especificas a certos incidentes ou series de incidentes. Essa é mais reflexiva e uma tentativa de resumir tudo talvez. Essa música é definitivamente especial para nós e só poderia ter sido a conclusão do nosso primeiro álbum. “Idiotas não se vestem de maneira especifica” é o tema relevante nela eu suponho – pelo menos eles não se vestem de maneira especificas da onde eu venho.

The in the Park 2007

Fonte: Tumblr

Entrevista feita pela NME em 2006 e traduzida pela Arctic Monkeys BR.

COMENTE!

Eu acho que tem sentido sim hahaha. O Whatever é um CD sobre baladas, então, “conquistar alguém quando sai” ele quis dizer que sempre quando você sai para um bar ou uma balada as pessoas realmente saem para ficar com outras (normalmente é assim!! nem com todo mundo), e parece um dever você ter que pegar alguém na balada. Acho que é isso.
I Bet You Look Good fala de luxúria sim, em um dos versos finais há um trecho que esclarece “Oh there int no love no, Montague’s or Capulets / just banging tunes in DJ sets and / Dirty dancefloors and dreams of naughtiness”, é uma música sobre pegar alguém, não se apaixonar, isso é luxuria.
E A Certain Romance também fala de idiotas, situações idiotas, amigos idiotas hahaha, não existe mais romance por aí… Mas essas pessoas idiotas também não são fáceis de rotular, tanto o engravatado quanto o adolescente podem ser idiotas.

Por que o Alex fala coisas que parecem não fazer sentido? O.o

Eu achava que era só nas letras das musicas para que tudo ficasse mais… poético, mas não! Ele realmente parece falar coisa com coisa às vezes e você tem que ficar horas e horas tentando decifrar o que ele realmente quis dizer. Por exemplo em Dancing Shoes “conquistar alguém quando sai” quando sai da onde? O.o. Imagens diurnas e luxúria em I Bet That You Look Good On The Dancefloor? Por quê? “Idiotas não se vestem de maneira específica” em A Certain Romance? Qual a ligação disso com “Agree that there ain’t no romance around there”. Garoto louco esse Alex!