Alex Turner compartilha detalhes do novo disco, The Car, numa exclusiva da Big Issue.
Alex Turner desvela o novo álbum dos Arctic Monkeys, ‘The Car’, numa entrevista exclusiva a Big Issue antes do seu retorno a uma apresentação no Reino Unido.

(Divulgação da banda)

O cantor Alex Turner, dos Arctic Monkeys, revelou sobre o processo criativo do novo álbum The Car numa entrevista global exclusiva com a The Big Issue.

A banda de Sheffield acabou de anunciar que seu sétimo LP será lançado em 21 de outubro, pegando de onde o Tranquility Base Hotel & Casino (2018), que fora inspirado no jazz, havia por ficado. Mas “neste disco, o sci-fi está fora de cogitação. Nós estamos de volta à Terra”, Turner insinuou.

“Eu acho que chegamos mais perto a uma versão melhorada de um som geral mais dinâmico com este disco,” disse ele a The Big Issue. “As cordas neste disco entram e saem de foco e esse é um movimento deliberado; e, com sorte, tudo tem seu lugar próprio. Há o momento em que a banda vem à frente e, depois, o de as cordas virem à frente.”
Depois de seis LPs irem diretos para o nº1 – desde o fenômeno de 2006, ‘Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not’ até o cinemático de 2018, ‘Tranquility Base Hotel and Casino’ – o cantor/guitarrista Alex Turner, o baterista Matt Helders, o guitarrista Jamie Cook e o baixista Nick O’Malley esperam que The Car seja seu sétimo álbum a ir direto ao número 1 no Reino Unido.

O disco foi produzido com o produtor da banda de sempre, James Ford, no Butley Priory, um monastério de conversão na rural Suffold, no verão de 2021. A decisão de não irem a um estúdio de gravação comum foi inspirado por algumas lendas do rock & roll, dissera Turner.

Convento Butley Priory

“Tem um punhado de discos do Led Zeppelin e Stones que eles estiveram nesta casa, nesse país; e aí eles foram lá, ajeitaram tudo e fizeram as sobreposições [musicais] em outro lugar.”
“Nós fomos lá no verão, levamos todos os equipamentos, conseguimos um material bruto e então o levamos para outro lugar.”
O lançamento de The Car chega 20 anos após a formação da banda, enquanto eram jovem de Sheffield, em 2002. Muito embora o som pode ter amaciado e evoluído se comparado ao poder bruto do Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006) – a estréia que mais rapidamente vendeu na história dos charts do UK – Turner diz que eles ainda seguem verdadeiros às suas raízes.

“Você tem de seguir aos seus instintos da mesma forma que se fez no começo,” disse ele. “De modo que, tudo isso parece como que conectado com a gente 20 anos atrás na garagem quando era instinto puro.”

A Big Issue recrutou Martin Compston, a estrela do Line of Duty da BBC1 e super-fã dos Arctic Monkeys, para entrevistar o Turner. Ao longo do curso de um fim de semana no festival Sziget, em Budapeste, Hungria, ele acabou por conhecer a banda antes de sentar-se com Turner e, então, assistiu ao set deles bem ao lado do palco.

O novo álbum, disse Compston, é “classudo pra caralho.”
“‘Hello You’ é a melhor. E [There’d Better Be A] Mirrorball? Uau!,”disse ele, chamando-a de uma música com “conotações de vilão de Bond”.
“É uma resposta que eu tinha a outras coisas que compuséramos,” responde Turner, “a essa idéia de algo soando ‘cinemático’. Eu nunca concordei completamente com isso, mas é mais acentuado desta vez.”
Antes porém, a banda retorna ao Reino Unido para seus primeiros shows em terras natais após quatro anos, como sendo headliner no Reading Festival no sábado do dia 27 de agosto e no Leeds, no domingo de 28 de agosto.
A setlist tem-se evoluído durante a seqüência de shows das apresentações dos festivais de verão – a sua primeira em três anos – com uma nova música ‘I Ain’t Quite Where I Think I Am’ incendiando de empolgação os fãs dos fóruns online após ter sido tocada na Suíça, na terça-feira.
E com o anúncio do novo LP,  crescem as especulações de que mais das 10 novas músicas – There’d Better Be A Mirrorball, I Ain’t Quite Where I Think I Am, Sculptures Of Anything Goes, Jet Skis On The Moat, Body Paint, The Car, Big Ideas, Hello You, Mr Schwartz, Perfect Sense – podem vir a ser reveladas durante os seus sets de headline neste fim de semana nos festivais Reading e no Leeds.
“É bem misterioso, para mim, agora mesmo, a este momento no tempo, qual é a setlist e qual a ordem que ela deveria ser,” matutou Turner, tal é a força de seu catálogo à disposição.

Alex Turner e Martin Compston durante entrevista em Budapeste

“Desta vez, passaram-se por uns bons anos e certas coisas não se parecem mais as mesmas que se esperava. Isso parece ser triste mas não o é. Há certas coisas que representaram certos momentos do passado e que agora parecem ser qualquer outra coisa; por isso, elas deveriam ficar em um outro lugar. Eu continuo, definitivamente, muitíssimo empenhado trabalhando nisso.”
“É excitante se apresentar de novo,” ele acrescenta. “Mas nós estamos ainda embaralhando o deck da setlist.”

Fonte: Big Issue (24/08/22)