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ARQUIVO/ENTREVISTA: “Não queremos nos esconder embaixo da asa de Josh Homme”

nick o'malley

“Mas, e agora?” pergunta Nick O’Malley, ponderando a conclusão do programa favorito de sua banda, Breaking Bad. Ele admite que foram sortudos demais de pegar o final da série que ia ao ar enquanto quando a banda estava no palco. “Vimos apenas meia hora, e depois pegamos uma caixa de cerveja e frango e voltamos para a casa [de Turner] e assistimos.”
“Mas, e agora?” É a pergunta já sendo feita por muitos que viram AM —último álbum dos Monkeys— como seu maior trabalho— seu ‘opus’* (*obra de arte), até. Como você recebe algo percebido como seu melhor trabalho? AM é um álbum que tem sido elogiado por suas linhas sombrias e o fescor híbrido UK/USA, ainda sim, este não é aquele a qual O’Malley está mais orgulhoso.
“É o Humbug para mim, definitivamente,” diz. “Apesar de que esse é provavelmente o que os fãs menos gostam. Eu acho que quando exploramos algo novo e decidimos que não íamos nos repetir, nos recostar no sucesso dos dois primeiros álbuns.”
Dito isso, AM é o primeiro número um australiano desde o debut em 2006, com o clássico do instante Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not; e os antipodeans¹ estão clamando por outra tour. Quando pressionado sobre se os garotos vão abrir o Down Under em 2014, O’Malley admite, “Sim, iremos. Eu não sei quando, mas iremos.”
O’Malley tropeça em sua memórias da última viagem à Austrália. “Rottness ou Ilha Ratsnest,” recorda, antes de corrigir. “Ilha Rottnest! É, me lembro de ir numa viagem de barco…todos ficando um pouco bêbado, e depois subindo à bordo na volta e ficando bem agitado.” Sua memória é auto reconhecidamente de “merda”.
Revigorado por gravar uma nova B-Side em Nashville, Tennessee, O’Malley diz que os Arctic Monkeys gravaram por volta de 20 músicas para o AM, com múltiplas versões das faixas dos álbuns escritas no estilo padrão boy band indie. A maioria delas acabaram sendo descartadas pois soavam muito parecido com o material antigo.
O som fresco e macio do AM também parece ter revigorado o relacionamento entre os Arctic Monkeys e Josh Homme, que tem agido como uma espécie de padrinho musical deles nos anos últimos anos. Não há dúvida de que a influência de Homme se instalou no som da banda, que tem se tornado cada vez mais americanizado ao longo dos últimos álbuns, mesmo se eles pensem que estão tentando encontrar um equilíbrio trans-Atlântico.
“Talvez um pouco, é, mas não acho que muito. Quero dizer, a gente sempre gostou de uma ampla variedade de música e, quando você cresce e ouve mais música e vê mais do mundo, suponho que você não está mais escrevendo músicas que sejam tão focadas localmente ao lugar onde crescemos,” O’Malley diz.
É bom ver Homme tão compromissado em ajudar seus jovens amigos britânicos através do rockstar-dom* (*estado ou qualidade de ser estrela de rock), mas o nível de envolvimento dele está crescendo. Ele proveu alguns vocais de fundo (backing vocals) no AM, recentemente tocou um cover de Why’d You Only Call Me When You’re High? sem pedir a permissão dos Monkeys e até mesmo juntou-se a eles no palco em LA, pra acrescentar uma “dança altiva do Josh” (palavras do O’Malley) para a faixa Knee Socks (video).
Os Arctic Monkeys ainda não chegaram ao ponto de Homme estar super envolvido em sua música, ainda que O’Malley admita que a banda “não quer no geral só se esconder embaixo da asa dele todos os dias.” Homme é visto por eles como um guia, alguém para consultar. “Tenho certeza que no futuro seria muito bom fazer algo com ele outra vez, sob sua orientação,” ele diz.
O álbum favorito de O’Malley pode ser o Humbug, mas ele resiste em catalogar um dos seus álbuns como seu menos favorito. “Eu realmente não tenho um menos favorito. Gosto de todos eles. Eles são todos um acerto… Acho que todos eles são fantásticos,” diz, com uma risada britânica modesta, ora presunçosa.
Mas, e agora? Quão difícil será superar o sucesso de AM, considerando que a banda ainda tem sido jogada contra seu debut? Se AM equivale a uma coisa, poderia ser um novo começo, mesmo que seja apenas outro pico na carreira deles.

Nota:
1 Palavra usada para se referir aos habitantes da Nova Zelândia e Austrália.

Data: 9/10/2013

Fonte: Music Feeds

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