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ARTIGO: Alex e Matt — O disco que mudou a minha vida

Pequeno artigo publicado originalmente em versão impressa dia 21 de abril de 2012 na revista NME.

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O DISCO QUE MUDOU A MINHA VIDA

Quer tirado da coleção de seus pais, escolhido numa loja ou ganhado de um amigo — todo mundo é capaz de dizer o nome do disco que lhes mudou para sempre. Para celebrar o Record Store Day, pedimos aos maiores e melhores da música mundial para nos dizer qual é o deles. Para dar o pontapé inicial, Alex Turner e Matt Helders.

Alex Turner
Single: Shirley Bassey — ‘Big Spender’

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“Quando estou em casa, uma das últimas coisas que eu faço antes que eu saia em tour é pôr um disco para tocar. É uma das primeiras coisas que faço quando eu volto, também. Como banda, ouvimos música todo dia mas não há nada como se sentar lá com seu toca-disco, tocando um disco na sua totalidade.
Um dos meus favoritos de 45 é da Shirley Bassey. É ‘Big Spender’ no lado A, mas a B-side dessa música é chamada ‘Dangerous Games’, da qual eu realmente nunca ouvi alguém falar a respeito. É incrível, meio Bond, mas eu acho que não dava pra um filme. Eu sempre quis fazer um cover dela, e acho uma loucura que seja apenas uma B-side.
Onde foi que eu descobri ela, eu me pergunto? Possivelmente nessas lojas de sebo e vinil em Chicago. Foi uma das primeiras vezes que fizemos tour nos States e havia uma loja na avenida. É louco o que você encontra às vezes — eu me lembro de encontrar um sete polegadas dos anos 80 da banda do nosso empresário, ‘Vitamin Z’, numa loja de discos aleatória em New Orleans.
Tinha uma cesta cheia por $1,45 e catei simplesmente tudo. A gente só pensou ‘Foda-se, é ele aqui! Na capa!’ Mas essa é a coisa do vinil: você consegue simplesmente passar horasse enfurnando pelos discos. Eu ainda fico muito empolgado com isso. Não me leve à mal, eu amo downloads, mas nada mesmo supera dar de cara com uma coisa que você não ‘tava esperando encontrar.”

The Smiths – ‘Hatful Of Hollow’

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“O cara que me ensinou como se dirigia me emprestou dois LPs do Smiths — o primeiro disco [debut] e o ‘Hatful of Hollow’. Eu tinha comprado um ‘Best of’ em CD por uma tia antes disso, mas eu não estava meio preparado pra ele. Mas ele emprestou aqueles dois discos pra mim numa tarde, e eu os coloquei num tocador de disco na sala de estar da minha mãe e do meu pai. Foi algo na cerimônia de tirar da capa, colocar no toca-disco e a sensação de que você quase que tinha de se sentar com ele; que eu estava dentro da banda.
Às vezes eu acho que se não tivesse sido aquele formato, de outra forma poderia ter me custado eras pra descobrir eles. Os Smiths tinham o costume de escrever mensagens nos sulcos [do disco]; nós começamos a fazer isso também, por causa deles. Costumávamos colocar o nome dos nossos amigos no meio dos primeiros discos, alguns dos garotos lá de casa [Sheffield]. Eu acho que na verdade nós escrevemos o nome do Nick em um deles – antes de ele estar na banda!
Eu tinha talvez 17 anos quando eu consegui aqueles discos do Smiths. A gente tinha começado a banda por aí, então; e esse instrutor de automação sempre me dizia: ‘Você deveria fazer um cover dessa música!’ Ele mostrava pra gente um monte de coisas e eu sempre penso nele quando penso no que a banda é agora. Ele vem aos shows uma vez ou outra. Eu ainda tenho os dois discos do Smiths dele lá na casa da minha mãe. Ele nunca os pegou de volta!”

 

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Matt Helders
The D4 – ‘6twenty’

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“Meu primeiro relacionamento com vinil foi “djzando”  música garage do UK e essas coisas, quando eu tinha 14 anos. Isso foi antes mesmo de que eu tivesse pensado em estar numa banda, por isso o meu comprometimento então era só mexer com esses singles [Alex Turner interrompe: ‘Eu sei, por acaso, que Matt tinha ‘21 seconds’ do So Solid Crew num bolachão. Ele ‘tava sampleando a B-side dele, provavelmente…’].
Mas só foi por causa que eu tinha um tocador de disco que aí eu fiquei afim de adquirir discos. Eu ganharia do meu avô primeiro — Frank Sinatra, Motown, e daí The Carpenters e Beach Boys da minha mãe e do meu pai. Eu estava procurando por coisas pra samplear e transformar nessas músicas estúpidas! A coisa é que: foi aquilo que me fez ficar interessado em vinil.
Eu penso que eu pegaria o álbum ‘6twenty’ do The D4 como o disco que mudou a minha vida. Eu sei que não foi aclamado, mas foi importante pra mim. Saiu quando eu estava aprendendo bateria e eu me lembro que eles fizeram um show de graça na [casa de show] Leadmill de Sheffield, que a gente foi. Significou muito pra nós, algo do tipo.
Então, me lembro de comprá-lo no Barnsley HMV [loja de música]. Foi antes que qualquer pessoa tivesse um iPod, e por alguma razão, um monte de nossos companheiros estavam fissurados naquele disco em particular. Todos os nossos companheiros pareciam gostar e toda a nossa banda também, de fato. Ainda hoje a gente toca ele, na verdade…”

 

Fontes: NME /NME

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