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Matt Helders revisita os seus 16 anos (Revista Loud And Quiet)

Eu tinha 16 anos em 2002, que foi quando eu terminei a escola. Eu ainda morava em casa, numa vila (High Green) que fica entre Sheffield e Barnsley. Era uma vila onde havia uns par de pubs, um supermercado pequeno e açougues — coisas comuns. Por volta daquela época, eu estava indo pela cidadezinha com 10 libras e vendo o que eu conseguia.
Fiz 16 em maio, terminei a escola, tinha o verão de folga e fui à Faculdade Barnsley em setembro. Eu só fui por causa que todo mundo ia, aí quando eu fui lá e rumei o meu caminho para o curso de música, só por aprender uma música no piano. E eu fiz Fotografia e Estudos de Mídia.
Foi naquele verão que eu comecei a tocar bateria. Eu nunca tinha tocado até então. Eu tinha um dinheiro que meus avós tinham me dado quando eu nasci — mil libras de mesada — aí eu fui às Ilhas Cayman por quatro semanas, por causa que o meu irmão morava lá; e aí comprei um kit de bateria quando eu voltei, no que foi todo o meu dinheiro. Acabou que foi um bom investimento.
Foi muito inconveniente para mim comprar uma bateria por que não tínhamos um lugar para colocá-la na nossa casa, mas era a única escolha por causa que os outros (da banda) já tinham suas guitarras. Se eu quisesse estar na banda, era só com a bateria. Eu costumava deixá-la na garagem do Alex, e a gente praticava lá. O que significava que eu só poderia praticar sempre que todos praticávamos juntos. Não queria ficar de fora de jeito nenhum.


Os outros não tinham começado a tocar juntos, ainda; eles tinham começado a aprender as músicas do Oasis em seus quartos e não tinham pegado muito as manhas até decidirmos fazer tudo juntos. Não tocamos nenhum show até termos ensaiado por um ano, até que estivéssemos realmente preparados. Nos primeiros ensaios a meta era o de chegar ao fim de uma música sem ficar parando — músicas do White Stripes e dos Strokes, que a gente pensou que poderiam ser divertidas de se tocar. Alex não tinha decidido se cantaria, naquela época — ficávamos só tocando e sem ninguém cantar.
Eu e o Alex íamos à mesma escola primária e morávamos na mesm rua, (diferentemente) dos outros dois — a casa dos nossos pais eram uns 15 metros uma da outra, por isso nós crescemos da mesma forma. Nós todos fomos à mesma faculdade, também. A gente ficava andando pelas ruas depois da escola e começamos a falar sobre uma banda por causa que uns amigos nossos estavam em bandas. Não tínhamos percebido, antes daquilo, que é algo que você consegue fazer – a gente pensava que bandas só se apareciam na TV – não se parecia com algo que as pessoas que moravam perto de nós fariam. Aí, nós vimos nossos amigos fazerem e isso se tornou mais acessível.
Nós tocamos a nossa primeira apresentação em Sheffield, num pub chamado The Grapes. Foi bom. Estivemos pacientes o bastante para saber que seria bom demais fazê-la. Tínhamos quatro das nossas músicas próprias e quatro covers, e a gente só foi e nada deu muito errado. Os covers foram ‘Harmonic Generator’ do The Datsuns, ‘Hotel Yorba’ do White Stripes, uma versão acústica de ‘I’m Only Sleeping’, e ‘Teenage Kicks’ do The Undertones. A gente tinha uma multidão de amigos e a família lá — houve muito menos pessoas nos nossos shows seis meses depois.
Eu não diria que eu, instantaneamente, estava bom na bateria, mas eu era bom o bastante para saber que eu deveria continuar nesse caminho. Eu acho que eu fiquei decente rapidamente e aí continuei o mesmo para sempre. Eu me lembro de pensar que eu não conseguia esperar até que eu tivesse tocado por um ano, e depois, que eu não conseguia esperar até estar tocando durante cinco anos. Eu estava tentando aprender coisas que eram difíceis demais e me sentindo frustrado por isso.
Meus outros interesses eram skate e basquete. Eu jogava basquete na escola mas não melhorei o suficiente. E BMX (bicicross). Eu e o meu irmão costumávamos correr, e embora eu não fizesse (bicicross) na época que eu estava com 16, eu ainda tinha a minha bike. Eu não era ruim no skate – fui até a [manobra] kickflip e aí desisti; eu fui numa rampa de skate e caí de uma meia-rampa e pensei que já tava bom – se aquilo era o máximo de bom que eu sou, já estava bom pra mim.
Musicalmente, era uma época de transição de estar na escola ouvindo rap (Eminem e Dr. Dre) à de se viciar nas guitarras. Não havia perigo aí, pra mim, de se viciar em Limp Bizkit. Todos os piás que eram viciados no rap ficaram nisso, especialmente quando eu estava no skate. Eu não sei como eu por pouco escapei daquilo mas eu viciei em The Strokes, The Hives e The Vines, em vez disso. Eu poderia estar numa banda muito diferente agora.
Assim contado a Stuart Stubbs.

 

Fonte: Loud And Quiet

 

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