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Matt Helders sobre os Arctic Monkeys fazerem “discos e não uma série de singles”

Na era dos singles e Spotify, os Arctic Monkeys lançaram neste ano o “Tranquility Base Hotel & Casino” todo de uma vez, sem qualquer introdução além da nebulosa primeira faixa do álbum completo, para nos acostumar com a transformação deles.
Recentemente eu conversei com o baterista da banda, Matt Helders, que deixou claro que os Arctic Monkeys lançaram um disco — no sentido de Long Play [longa-duração] da palavra — para combinar com o som retrô. Ele me falou a respeito do álbum, de seu conceito à estilos de bateria.
Eu comecei com a constatação obrigatória do óbvio: o estilo deste é álbum é definitivamente… diferente.
“Nós meio que sempre nos aventuramos além do que já fizemos,” diz Matt Helders.
“Tranquility Base Hotel & Casino” começa com o vocalista Alex Turner, com a imaginação dele e um piano de cauda em seu apartamento em Los Angeles. Ele nomeou este espaço de “Lunar Surface” (Superfície Lunar), depois da teoria que Stanley Kubrick falsificou o pouso lunar da Apollo num estúdio de gravação. Ele começa a escrever e compor em cima dessa fantasia, convidando Helders e o resto da banda mais adiante.
Helders diz que eles normalmente escreveriam com base na guitarra ou em grupo. Ele imagina como isso influenciou a idéia dos seus colegas de banda.
“Algo em se sentar e compor ao piano é provavelmente bem diferente,” Helders diz. “A forma que você coloca as suas mãos é diferente de como se colocaria numa guitarra, mesmo coisinhas assim. Então, suponho que os erros que você cometa num piano e coisas com que você se depara são diferentes das que você tem na guitarra.”
Ele diz que este álbum no todo se trata desses tipos de sutilidades.


“Tocamos e gravamos bastante no quarto do Alex, na casa dele, onde tinha o piano dele, e gravamos bastante para a fita. Foi coisa de tocar um pouquinho mais para a faixa: um pouco mais suave e silenciosamente.”
Ele diz que isso é o oposto do que ele tinha contribuído anteriormente para o processo de composição: “Em algumas das músicas mais pesadas e das baterias mais loucas nos discos anteriores, foi meio que as baterias vinham primeiro e aí escrevíamos em cima dela.”
“Desta vez, eu me senti menos pressionado a fazer aquilo. Mesmo assim eu gostei de tocar os grooves das músicas, e meio que, na música, de tomar conta de muitas complexidades.”
Helders diz que neste está sendo especialmente divertido se aprofundar enquanto o tocam ao vivo. “No momento, estou realmente gostando de tocar ‘Star Treatment.’ Quando a tocamos certo e soa como se todo mundo estivesse na mesma sintonia, dá uma sensação muito boa de tocá-la.”
Ele diz que tem estado surpreso com as multidões ao vivo dos Arctic Monkeys por começarem a entender uma música como ‘Star Treatment’ que não é, de longe, um single para as massas como ‘Do I Wanna Know?’.
De fato, este álbum não tem singles claros, por isso faz sentido a banda não ter lançado qualquer single antes do álbum completo.
“Foi difícil escolher uma música que daria uma impressão de como o álbum soaria,” Helders diz. “Se você escolher a faixa errada, isso pode ser bastante decisivo.”
A coisa mais próxima a um single podia ser ‘Four Out Of Five’, que temos tocado na [rádio] 88Nine. Mas, mesmo que isso clame por um pouco mais de contexto, [ela] é para ser tocada com o restante do Tranquility Base Hotel & Casino, não como uma ouvida casual. (Temos de tocar, então — digo, é Arctic Monkeys).
Então, indo contra o formato usual de hoje em dia (e provavelmente contra a recomendação do time PR), a banda tomou a decisão de não lançar quaisquer singles.
“Foi só de nós querermos apresentá-lo como um todo,” Helders diz. “Tipo: ‘É isto. Ouça ele todo’”.
“Nós queremos deixar bem claro que nós fazemos discos — como um conjunto de obra, em vez de uma série de singles.”

 

Fonte: Radio Milwaukee

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