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ARTIGO: Os rapazes estão com tudo (2006)

318eaf073658a4483a1cb03ea019abf8Os Arctic Monkeys tem acumulado grana do UK aos montes — e eles nem mesmo têm 21. Agora, este modesto quarteto está invadindo as terras do Estados Unidos — com um álbum cheio de poesia embriagada e com as malas cheias de Clearasil [esfoliante para acnes].

Por Dorian Lynskey
Blender, Maio de 2006

 

Noite de segunda-feira em Bristol, Inglaterra. Dentro do clube noturno Carling Academy, o clima é de quase histeria quando os Monkeys saracoteiam-se no palco, e Alex Turner, seu vocalista magricela, largado e casualmente carismático, canta as palavras com as quais ele abre todos os shows: “Anticipation has the habit to set you up for disappointment” [“Antecipação tem o hábito de te enganar para te desapontar”].
No contexto da música “The View From the Afternoon”, o sentimento aplica-se à uma grande noitada. Entregue à multidões atordoadas de bebedeira e excitação, no entanto, soa como uma repudiação invertida, um assentir de cabeça para com o sorvedouro que no momento engolfa a estes quatro jovens do norte da Inglaterra.
Nos últimos meses, a Grã-Bretanha ficou descaradamente ensandecida pelos Arctic Monkeys. Menos de um ano desde que eles lançaram seu primeiro EP em edição-limitada [Five Minutes With Arctic Monkeys], eles atingiram dois singles em nº 1 e o álbum de estreia mais vendido [na estreia] da história britânica; em suma, estavam saindo quase 5.000 cópias de “Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not” por hora. Quando a influente revista de rock semanal NME registrara seu pacote anual excursionante de novas bandas do último outono, os Arctic Monkeys ainda não eram um sucesso a ponto de liderá-la. Alguns meses depois, a maior e mais comentada nova banda no planeta está tocando duas vezes nas mesmas casas de shows – e eles poderiam esgotar diversas vezes.
Na plateia desta noite, desde jovens com camisetas do Strokes à trintões com as do The Smiths, parecia como se eles não conseguissem acreditar em sua sorte. Cada uma das pessoas parecia conhecer cada palavra de cada música. Em diversos momentos, Turner simplesmente pára de cantar e assiste a este poderoso coral não oficial de 1.600 backvocais a fazer para si o seu trabalho.
Como devem se sentir em ser o centro do maior fenômeno da música britânica da década? Mais cedo naquele dia, no fundo de um dos ônibus da tour, do lado de fora do Academy, Turner dedilha as cordas de um violão distraidamente enquanto tenta explicar. “É só a forma como você olha para isso. Eu acho que o centro disso, a parte importante – o centro do que quer que seja – é a música… cara.” ele acrescenta auto-conscientemente, sábio o bastante para reconhecer que “trata-se apenas da música” é um clichê velho mas, de qualquer forma, é jovem o bastante para usá-lo. “Você tem que tentar se lembrar disso quando todos esse números de vendas vem voando à você.” Sua voz soa melancólica, como se recordasse uma era há muio perdida. “Pra começar, é disso que se trata.”
A América tem toda a razão em estar desconfiada do ciclo de hype da música britânica; é uma cultura excitável, faminta por novidade e os heróis de hoje freqüentemente são os a rir ações [comerciais] amanhã (viva, Craig David!). Mas a popularidade dos Arctic Monkeys não é um caso paroquial. Seus entusiastas americanos incluem-se grupos bastante estimados como Jack White e o The New York Times, que rasgou o verbo: “Provavelmente você não vai ouvir um CD melhor o ano todo.”, embora fosse apenas janeiro.

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“Hype” é a palavra errada aqui. Em vez de controlar o burburinho, a mídia tem disputado para se envolver com os jovens. Graças às férteis comunidades de música online lideradas por fãs, tais como o Myspace.com, os MP3’s da banda foram baixados centenas de vezes antes que eles recebessem sua primeira resenha.
Outra coisa: o álbum é tão bom quanto gritos de líder de torcida. Melhor, até. No mesmo nível, as firmes escolhas cereja do bolo de pop-punk dos heróis da década de alt-rock: a precisão do Strokes, os ritmos musculares de Franz Ferdinand e a excêntrica sagacidade dos Libertines. Mas é também consistentemente surpreendente. Os graves ágeis acenam em direção ao funk enquanto que as melodias por vezes parecem pré-datar completamente o rock & roll, com pitadas dos musicais de Rodgers & Hammerstein, teatros de concertos britânicos dos anos 1940 e a celebração habitual dos gritos de futebol nos terraços. Tamanha maturidade contradiz suas idades; Turner e o guitarrista Jamie Cook estão com 20, o baixista Andy Nicholson e o baterista Matt Helders, com apenas 19.
Mais importante, as letras encapsulam em detalhes o frio na espinha de como é ser um jovem inglês. O álbum de forma esparsa cronica uma noitada na sua cidade natal e industrial no norte de Sheffield, Yorkshire. Traz aos ouvintes os indies mais quentes de antes (“I Bet You Look Good on the Dancefloor”), motorista de táxi obstrutivo (“Red Light Indicates Doors Are Secured”), namoradas emburradas (“Mardy Bum”) e seguranças carrancudos (“From the Ritz to the Rubble”). Baseados em eventos reais e locais específicos, é tão verdadeiro quanto um documentário mas tão abrupto quanto um sitcom. Se você for um britânico de 17 anos nesse momento, é a trilha sonora para a sua vida.
“Eles são muito francos.” aprova a estrela do hip-hop inglês Mike Skinner, a.k.a The Streets. “Parece ser simples, mas é uma coisa complicada e corajosa de se fazer na música.”
“Eu acredito genuinamente que esta é uma das mais importantes bandas de todos os tempos.” diz Conor McNicholas, editor da NME. “No futuro, as pessoas conversarão sobre os Smiths, Stone Roses, Oasis e os Arctic Monkeys. Em termos de impacto cultural e do que eles são capazes de conquistar, pode-se colocá-los logo abaixo dos Beatles.”
Fale isso tudo então para o – sem papas na língua e pé no chão – da banda Jamie Cook, no entanto, e ele parecerá ambos lisonjeado e confuso. “As pessoas exageram um pouco.” suspira. “Pra uns de 19 anos serem chamados de salvadores britânicos da música quando nem mesmo o primeiro dos discos saiu ainda, você pensa, ‘Que merda! Se acalma! Primeiro deixa a gente fazer um.”
Quando o Strokes fez a sua entrada há cinco anos, eles pareciam como se tivessem sido criados para serem estrelas do rock. Mas você pode entrar em qualquer pub ou shopping na Inglaterra e vai encontrar pessoas que se assemelham aos Arctic Monkeys: jeans, camisetas, cortes de cabelo comuns, problemas de pele.
“Não nos parecemos como superstars.” diz Andy Nicholson. “Eu acho que as pessoas olham para nós e pensam, ‘Eles são apenas pessoas normais fazendo música boa. Tenho certeza que eu poderia fazer isso.’” Ri sem graça. “Qualquer um pode fazer. Nós somos a prova viva disso.”
Nicholson é a sagacidade da banda, de rápida confiança com seu gracejo auto-depreciativo. Cook é um rapaz de colarinho azul¹, obstinadamente confiante e Helders, o diplomata tranqüilamente amigável. Turner é o mais difícil de compreender. Irrequieto e intenso, ele é o membro menos falante do grupo, a mastigar suas respostas por tanto tempo que acaba que duvidando de suas próprias palavras. Quando os Arctic Monkeys estão trocando gracejos, ele é o menos provável de se enturmar.

Alan Smyth.

Alan Smyth.

“Ele observa as coisas.” diz Alan Smyth, que produziu as primeiras demos da banda. “Sempre que alguém aparecia no estúdio, ele ficava sentado e as ouvia antes de dizer qualquer coisa. Ele observa, depois fala. Ele realmente não gosta de falar bobagens.”
Conor McNicholas testemunhou a dinâmica da banda nos bastidores da tour da NME. “Você fica com a sensação real de que não quer tirar o Alex do sério. É quase como se ele fosse alguém que tivesse de ser protegido. Não é como se ele mandasse na banda, mas ele regula a temperatura da coisa toda.” O cara em questão fita seus tênis enquanto explica a gênese da banda. “Foi apenas um hobby. Algo pra se fazer [só] porque que seus companheiros iam fazer.”
Três-quartos da banda cresceu em High Green, uma vila qualquer quase fora de Sheffield que é tão pequena que você pode caminhar a extensão dela toda em menos de 15 minutos. Nicholson morou perto da estrada Hillsborough. Turner é filho de um professor de música. A mídia pode ter rotulado de heróis a banda classe-trabalhadora, mas seus membros nunca o fizeram.
Em dezembro de 2001, Turner e Cook ganharam guitarras de Natal e começaram a aprender a tocar, ensaiando na garagem de Turner. Logo depois, adaptaram o nome da banda do pai de Helders dos anos 1970: Arctik Monkeez². Quando o primeiro vocalista Gly Jones saiu após poucos meses, Turner adiantou-se cautelosamente ao microfone. Entrementes, ele e Helders também tocavam numa banda funk local chamada Judan Suki.
Em agosto de 2003, Judan Suki estava gravando uma demo em um estúdio de Sheffield e Turner indagou a Alan Smyth se ele produziria sua outra banda. Eles tinham escrito apenas quatro músicas; o resto do conjunto ao vivo constituiu-se de músicas de nomes como Vines e White Stripes.
“Eles eram alucinantes.” recorda-se Smyth. “De forma alguma eles foram a banda mais coesa, mas eu percebi que eles definitivamente estavam fazendo algo especial. Eu pedi ao Alex para cantar numa voz americana na primeira sessão.”
Turner admite que inicialmente estava auto-consciente demais para cantar no indiferente calão de Sheffield e escrever letras que fossem sobre sua vida. Yorkshirianos tem a reputação de estoicismo realista; não suportam se mostrar. “Você realmente não tem qualquer tipo de identidade, e ainda sim, você tem que ter músicas que se pareçam com ‘você’, seja o que for.” diz Turner. “Isso leva um bom tempo.”
Com os diferentes companheiros de banda, ele pensa: “Poderia ter sido uma merda. Eu sou bem facilmente influenciado. Eu poderia ter terminado em qualquer lugar com um empurrãozinho de qualquer um. Por isso, era importante que fôssemos nós quatro.”

Geoff Barradale.

Geoff Barradale.

Smyth apresentou os Arctic Monkeys a Geoff Barradale, um músico experiente com quem ele tinha tocado numa banda chamada Seafruit. Barradale se tornou o gestor deles e lhes pagou para gravar mais quatro ou três músicas demos ao longo dos 15 meses seguintes, enquanto eles ainda estavam na faculdade. “Foi como caminhar para dentro do clube da mocidade.” ele diz. “Eu achei fantástico. Era ingênuo, inexperiente, tinha atitude. Tudo que você poderia querer de uma banda estava lá.”
A cada sessão a confiança e composição deles davam um novo salto à frente. Barradale levava-os às casas de shows no norte da Inglaterra para constituir-lhes reputação, distribuindo cópias de CDs demos no fim de cada show. Barradade diz: “Tinha sempre muito: ‘Pra quê estamos fazendo apresentação? Quando nós vamos ter um acordo de gravação?’ E eu sempre: ‘Veja, vocês não precisam de uma gravadora, vocês precisam de uma base de fãs.’”
Os primeiros entusiastas começam a postar suas músicas em seus próprios websites, inspirando a banda a fazer o mesmo. Ao fim de 2004, centenas de fãs conheciam suas músicas de cor. “Aquilo era a coisa mais bizarra.” maravilha-se Smyth. “Uma banda sem ter lançado disco e uma plateia que conhecia cada uma das palavras.”
O ponto crucial veio em 7 de março de 2005, numa apresentação gratuita na casa de show chamada Harley. “Havia pessoas assistindo do lado de fora, através das janelas, pois elas não conseguiam entrar.” recorda-se Helders. “Pessoas estavam se espremendo e caindo no palco.” Pouco tempo depois, eles próprios lançaram seu primeiro EP: ‘Five Minutes With Arctic Monkeys’ antes de assinar com a Domino Records, a gravadora independente que descobriu Franz Ferdinand. Uma das 1,500 cópias desse EP de estreia te custariam agora $200 dólares.
N.W.A apresentou a devastada cidade de Compton ao folclore do hip-hop. Os Smiths fizeram o Salford Lads Club em Manchester um destino turístico improvável após tê-lo posto na encarte de The Queen is Dead. À esta lista de locações nada espetaculares, concedido por um luzir mítico de um disco de sucesso, pode-se agora acrescentar o Frog & Parrot, um pub no centro de Sheffield. Este é um local estampado no encarte do CD do Whatever You Say I Am …; um amigo da banda é visto indo para casa trôpego e cansado.
“Quando estamos fechando, sempre têm bastante crianças tirando fotos, recriando a pose.” diz Nick Simmonite, gerente do pub.

Chris McClure próximo ao Frog & Parrot.

Chris McClure próximo ao Frog & Parrot.

Acima do bar, penduram-se quatro relógios, do tipo os quais você poderia encontrar em um saguão sofisticado de hotel, mostrando as horas em Nova York, Paris e Tóquio. Esses quatro, no entanto, estão no mesmo fuso horário e representam as quatro cidadezinhas mencionadas nas letras dos Arctic Monkeys: High Green, Hillsborough, Hunters Bar e Rotherham. Esta última cidadezinha é mencionada em “Fake Tales of San Francisco”, sua agenda de preparo de ataque nos posers de camiseta de banda. “Eu adoraria te contar todos os meus problemas.” canta Alex em seu sotaque carregado de Sheffield. “Você não é da cidade de Nova York, você é de Rotherham.”
A identidade musical de Sheffield, tal como sua economia, foi fundada na indústria do aço. O clangor do maquinário pesado inspirou o synth-pop áspero e metálico de Cabaret Voltaire e do Human League, e mais tarde o espinhoso techno da gravadora Warp, casa de Autechre e Aphex Twin. É um patrimônio o que os Arctic Monkeys graciosamente se referem em “I Bet You Look Good on the Dancefloor”, no qual uma garota está “dançando electro-pop como um robô de 1984”.
Mas há igualmente uma forte tradição de política de esquerda e orgulho da classe trabalhadora. Hoje os estudantes, nas casas à esquina do Fog & Parrots, portam em cada janela poemas gravados em placas de metal. A última linha proclama: “Estas ruas são cheias de heróis”.
Imbuídos dessa filosofia, diversas bandas de Sheffield celebram suas vidas comuns. “Don’t You Want Me”, o maior sucesso do Human League, teve início com uma garçonete em um bar de coquetéis. Uma década depois, os Pulp tornaram-se estrelas com suas vinhetas afixadas com pinos das mancadas da adolescência e os desapontamentos dos adultos. Quando Turner começou a compor, suas maiores influências foram o, assim chamado, poeta punk John Cooper Clarke e o hip-hop; a banda atualmente sobe aos palcos com o ‘gangsta hit’ de 1994 do Warren G, ‘Regulate’. As letras de Turner podem ser vistas nitidamente como uma resposta britânica ao rap. Há o mesmo deleite dos sotaques e gírias regionais, um olhar similar aos detalhes locais. Ele diz que anota as ideias para as letras em um celular, mas não carrega um notebook porque: “Eu ia parecer idiota pra caralho, não ia?.” Ele faz careta ante ao pensamento. “As pessoas diriam: ‘O que você está fazendo, seu retardado?”
Turner acha que muitas pessoas incompreendem o que ele está tentando dizer. Ao contrário de Morrisey, ele não está desesperado para escapar ou condenar sua formação provincial. Mesmo se ele der um passo atrás, ele permanece uma das pessoas das quais ele canta. “Eu não acho que é tão desdenhoso quanto as pessoas acham na primeira ouvida: ‘Oh, eles estão dizendo que a vida nessa porra de cidadezinha é realmente terrível.’ Nós somos parte disso. As pessoas não são tão diferentes do quanto elas pensam que são. Todo mundo é tão mal quanto o outro; sério!”
Cook concorda vigorosamente. “Não importa se você é um indie ou um baderneiro de futebol ou a porraqueseja. Você ainda vai sair fim de semana, ainda vai se encher [de droga ou bebida] e ainda vai tentar arrumar briga.”
Frankfurt, Alemanha. Duas semanas depois do show no Bristol. Atrás dos palcos no Mousonturm, Alex acaba de receber uma mensagem de texto enigmática de Lisa Moorish, uma cantora britânica mais conhecida por ser a mãe de uma criança ilegítima das duas estrelas de rock mais notórias do país: Liam Gallagher e Pete Doherty. Diz respeito ao The Sun, tablóide líder na Grã-Bretanha.
“Tem uma estória vil e desprezível sobre você e eu no Sun de hoje” lia-se. “Coloquei meu advogado nisso e eu adoraria se você se posicionasse a respeito; para deixar as coisas bem claras.”
O gerente de turnê contata Geoff Barradale, que ainda está na Inglaterra. Enquanto ele acorre para comprar um cópia e apresentar um parecer, a imaginação da banda corre à solta. “Vil e desprezível.” Cook repete, com um sorriso de desdém. “Mal posso esperar para ver isso. Isso vai ficar no meu caderno de recortes.”
Turner parece desconfortado. “Estou pensando em como eu vou contar pra minha mãe.”
A verdade, graças à Sra. Turner, não é tão dramática quanto Moorish fez parecer — o The Sun simplesmente clama que Moorish, de 34 anos, fez um movimento no Turner numa cerimônia de premiação e ele a ignorou — mas isso é apenas um vislumbre do mundo surreal que os Arctic Monkeys atualmente habitam.
Nas últimas semanas, os jornais tem se desdobrado por novos ângulos acerca do sucesso da banda, do doutor escocês que os criticou por promover o fumo na capa do álbum, à Lauren Bradwell, a garota de Sheffield que namorou quatro meses com Alex na escola. A revelação chocante dela? “Ele era um rapaz encantador.”
O desafio que os Arctic Monkeys encaram agora é em como preservar sua perspectiva do ‘cara logo ali’ uma vez que, gostem ou não, suas vidas mudaram além do reconhecimento. Logo quando saem de seus velhos redutos, fãs enfiam as câmeras de celular em seus rostos. Fará isso o próximo álbum completamente diferente?
“Ah, completamente.” diz Turner, que já vem escrevendo diversas músicas novas, algumas das quais serão incluídas no EP vindouro. “Você não é mais aquela criança.”

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O que eles querem, mais do que tudo, é em primeiro lugar se apegar às razões as quais eles fizeram o álbum primeiro e gravar o outro o mais rápido possível. Se você lhes perguntar sobre suas ambições na América (onde seu álbum estreou, encorajadoramente, no nº24) eles baixarão ainda mais a cabeça e dizer: “Espere e verá.”
“Somos só uns merdinhas.” diz Helders.
“Nós não queremos conquistar o mundo.” Nicholson declara bruscamente. “Nós não fazemos música para tomara chá com Tony Blair³. Tenho orgulho do que nós fizemos até agora. Temos apenas 19 anos. Aos 21, podemos estar trabalhando num supermercado.”
Turner tenta uma última vez sumarizar como é ser um Arctic Monkeys agora. “Quando nós fomos ao nº1, meu amigo me disse que não tem ninguém no país que possa te dizer que sabe como você se sente, porque isso nunca aconteceu assim antes. De cara é bem assustador, porque você pensa: ‘Merda!’Ele ri e chacoalha a cabeça. “Mas você segue em frente. Você prossegue.”

 

 

Notas:
1 Colarinho azul refere-se à classe trabalhadora; trabalho manual e braçal. Jamie Cook antes da banda e até certo tempo, trabalhava como oleiro.
2 Aqui difere da versão que nos ficou conhecida sobre o nome da banda: que Jamie Cook surgiu com ela do nada e a banda gostou e aceitou a sugestão.
3 Tony Blair era primeiro ministro na época da entrevista.

 

Fonte: Blender

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