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ARTIGO: O encerramento das atividades de algumas casas de shows em Sheffield

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The Human League expusera toda uma geração ao prazer dos sintetizadores no final dos anos 70 — enquanto que em 2006, os Arctic Monkeys influenciaram as bandas indies a cantar com o sotaque de Sheffield.
Nomes como Pulp, Def Leppard, Heaven 17, Reverend and the Makers, Milburn e a boate Gatecrasher têm também ajudado a pôr a cidade de aço no mapa cultural ao longo das décadas.
Apesar da revolução musical espraiada aqui, no entanto, Sheffield não tem sido capaz de escapar da tendência nacional — e internacional — do fechar de portas de casas de shows.
Provavelmente, o fechamento mais notável recentemente em Sheffield tem sido o do The Boardwalk — ou Black Swan, dependendo de qual geração você vêm— em 2010.
Conhecido afetuosamente como Mucky Duck, a casa de shows Snig Hill foi uma das favoritas nos anos 60 e tivera shows de The Sex Pistols, AC/DC e Genesis em 1976.
Foi também a casa de shows na qual The Clash tocou seu primeiríssimo show. Anos depois, tornou-se The Boardwalk e ao longo de todo os anos 90 e os anos oitenta apresentou diversos talentos locais.
A mais famosa banda de Sheffield em ascensão-promissora a tocar lá foi os Arctic Monkeys e o primeiro [disco] demo da banda foi nomeado “Beneath The Boardwalk”, prestando uma homenagem ao local.

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Uma outra triste perda foi a de The Casbah, apesar dos altos e baixos de sua existência em seus diais finais.
O bar noturno, conectado ao The Grosvenor House Hotel, foi demolido esse mês [novembro, 2016] para criar espaço para novos escritórios do HSBC.
Fãs da banda Def Leppard te descreverá em como seus heróis tocaram seu primeiro show pago no The Casbah — conhecido então como “The Wapentake” — antes de partirem para a América.
Entrementes, The Grapes na rua Trippet Lane ainda não fechou as portas, mas em 2010 parou de promover apresentações em sua lendário salão no andar superior. Sete anos antes, os Arctic Monkeys tocaram ali o seu primeiro show dentre todos.
Outros fechamentos incluem The South Sea em Broomhill; Penelope’s no centro da cidade; Gatecrasher na Matilda Street e na Sidney Street, o clube Niche.

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Em Londres, é estimado que 40 por cento das casas de shows da capital fecharam nos últimos 10 anos, refletindo um padrão similar no território do Reino Unido.
Mas segundo Mark Davyd, do Music Venue Trust, há esperança para Sheffield.
A Instituição de Caridade Nacional, que trabalha em preservar redes de música ao vivo do UK, assegurando desde o zero um futuro a longo prazo das casa de shows, trabalha agora com cinco das casas da cidade para ajudá-las a prosperar.
The Leadmill, The Harley, Plug, Picture House Social na Rodovia Abbeydale e Yellow Arch Studios em Neepsend são os locais envolvidos, em Sheffield.
Mark disse: “Sheffield sempre acerta em cheio quando trata-se de música. Tem havido tantas bandas icônicas e artistas surgindo da cidade. No entanto, se não restar casas de shows para artistas promissores se apresentarem, acabamos então como não tendo novos artistas surgindo, o que é preocupante. Nosso trabalho não é sobre manter casas de música abertas mais tempo do que deveriam; é sobre perceber o quão importante elas são — protegê-las em benefício de todos.”
Mark disse que casas de shows são fechadas por causa de uma combinação de razões.
“A primeira coisa a se notar é que usar das noites para bandas sem gravadora não gera muita grana, portanto qualquer espremer num já pequeno lucro pode ser difícil,” disse Mark.

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“Um monte de casas estão fechando devido a novos desenvolvimentos, mudanças da concessão de licenças e planejamento de leis, e reclamações do barulho.”
Mark disse PRS —que lida com os direitos autorais e royalties de música— estão cobrando diversas pequenas casas de quantias indevidas.

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Mark Davyd

“O nosso trabalho é começar a fazer a diferença,” disse. “Graças a nós, o planejamento de leis tem sido alterado para que aquele espaço de escritório acima de uma casa de shows não possa ser convertido numa habitação sem uma permissão de planejamento. Isso é importante às muitas casas que tenham apartamentos construídos acima delas e que tenham aquelas vítimas recorrentes da questão das queixas sobre o barulho. A falta de aconselhamento jurídico e a opinião de especialistas é uma questão que é um fator-chave no fechamento de locais de música. As casas não têm dinheiro ou a informação para conseguir um bom aconselhamento jurídico, por isto eles nem ao menos fazem algo, o que é terrível, ou fazem a coisa errada— o que é ainda pior. Mas quaisquer casas que trabalharem conosco podem se assegurar de que as protegeremos.”
Ele acrescenta: “Atualizamos o som, luzes e palcos em mais de 100 casa por todo o Reino Unido agora e estamos construindo a maior rede de casas de shows internacionalmente já realizada.

 

The Boardwalk

Desde seu fechamento em 2010, foram feitas várias tentativas infrutíferas para reabri-la. Chris Bamford e Kate Major juntaram-se para tentar trazer a casa de shows de volta à vida como The Boardwalk Beer Hall [Salão de Cerveja], com ele ainda em desuso e vazio na esquina de Snig Hill e Bank Street, no centro de Sheffield.

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Chris disse: “Dada a sua história e dos dizeres das pessoas, é um casa de shows muito querida e sentida. Certamente tem pedigree pra caramba. Todos com que tenho conversado tem dito coisas como ‘Eu vi Joe Cocker algumas vezes lá’. No momento estamos esperando para que as legalidades prossigam e então o processo de assumir a locação. Parece que estaremos lá dentro das próximas semanas.”
“O pub vai abrir 12 horas por dia, mas com música à noite. Em suma, estamos visando abri-la como uma propriamente dita casa de shows, o que será dentro de seis meses a um ano depois que a abrirmos.”

Porém, até o presente momento de 2017, Chris Bamford e Kate Major ainda não conseguiram reabrir The Boardwalk.

Fontes: Sheffield Telegraph / The Star UK

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