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ENTREVISTA: O amor recém descoberto de Nick por motociclismo

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Antes que ele chegue a falar sobre seu recém descoberto caso de amor por motociclismo, o 1/4 da, indiscutivelmente, maior banda de rock and roll do mundo tem uma confissão a fazer.
Se você era um dos motoristas dirigindo-se a Sheffield num engarrafamento de pouco movimento no início deste ano, o baixista e back vocal Nick O’Malley quer se desculpar.
De volta ao Reino Unido ao fim de dois anos de intervalo antes de o trabalho começar no que irá, inevitavelmente, ser o sexto álbum direto ao número um, ele está ávido para ter esse peso do ‘horário de pico’ pra fora de seu peito.
“Fiz minha cabeça até ter uma moto, mas eu estava impaciente e mal conseguia esperar, então me apurei e comprei eu mesmo uma pequena 125cc [cilindradas], emprestei um capacete aberto dum camarada que tinha uma moto 900cc e fomos pela zona rural próxima a Sheffield,” ele diz.
“Estávamos voltando para casa e eu estava tentando alcançá-lo, mas justo quando estávamos chegando perto do centro da cidade minha marcha já era e eu tava emperrado na primeira [marcha]. Meu amigo tava circulando ao redor no seu monstro de moto esperando por mim e eu tava gaguejando, mal me movendo, segurando o trânsito.”

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Nick e a Bonneville T100

Facilmente reconhecível em sua cidade natal e — por cortesia da banda aparentemente irrefreável de 14 anos de estrelato — pelo planeta, seu primeiro pensamento foi o de chegar em casa sem atrair o tipo errado de manchete.
“Ninguém me reconheceu e retribuimos o mesmo, mas aquele foi definitivamente o momento em que me decidi a ir atrás de ficar completamente licenciado,” ele ri.
Para Nick, que juntou-se à banda vindo de um trabalho num supermercado em 2006 após fazer seu nome com a banda de Sheffield ‘The Dodgems’, o prazer da liberdade de vida nas duas rodas está facilmente excedendo suas expectativas de infância.

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“Quando garoto eu sempre quis uma moto de trilha mas meus pais disseram ‘não’ e agora que tenho meus próprios filhos eu meio que entendo o por quê. Mas montar não é só sobre correr sobre elevações e valas em alta velocidade; e a necessidade de ter uma moto tem me corroído desde sempre,” acrescenta.
No verão [2016], Nick fez seu CBT¹, progrediu à uma licença integral e admite alegremente agora: “Estou viciado em sair sobre duas rodas conforme surja uma oportunidade. É algo que eu sempre quis fazer pois sempre tenho admirado motos e pilotos de longe. Por quê? Porque eles parecem tão xxxxxxx maneiros, não parecem?”

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Vista das indústrias de Sheffield

Um hiato na gravação, o líder da banda Alex Turner a trabalhar no projeto solo The Last Shadow Puppets com o colega Miles Kane, provera a oportunidade perfeita para O’Malley e seus colegas aproveitarem a deixa.
“Tem sido bom porque tem me dado tempo para continuar a aprender sobre motos e como pilotar. A moral da história é que eu gosto da liberdade e o puro anonimato de estar numa moto… exceto por aquela vez em Sheffield, obviamente.”
Nick atualmente está esperando sua licença e aprendendo mais sobre a ciência de montar uma moto antes de comprar sua própria. ‘Uma vez mordido, duas vezes tímido’² após o incidente da 125cc.

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Nick e a Street Cup

“Fui emprestando elas de amigos mas estou quase pra dar um mergulho e fazer uma auto-análise duma vez por todas. Será definitivamente uma Triumph [moto] quando comprar — é uma recente que tem aquela borda [de corte] das britânicas clássicas.”
“Eu nunca fui fã das grandes motos americanas Cruiser ou das Choppers, porque elas simplesmente não parecem clássicas o bastante para mim. Sempre gostei do modelo e linhas da Bonneville, principalmente porque parecem agora o mesmo de quando a primeira vez que entraram em cena lá no fim dos anos 50. Aquela foi a primeira Era real do rock and roll, então talvez tenha um pouquinho de conexão nisso também.”
As influências da banda são variadas, com letras e humor yorkshioriano no âmago mas posto facilmente lado a lado da apreciação Americana. O fato de que a Boneville nasceu em 1956, o ano de uma das influências-mor de Turner, Elvis Presley, que com quadris balouçantes fez sua estrada adentro o mundo da consciência, é acolhida pelo músico.

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“A beleza das clássica-modernas Bonnevilles é que seu DNA é exatamente o mesmo do que era na época, mas elas ‘tão repletas de bastante novas tecnologias, daí você pode ter um visual bacana com todas essas funções modernas, como um medidor de gasolina digital. E você não vai ter problemas. Tem algo pra não gostar?”
Dois membros da banda, o guitarrista Jamie Cook e o baterista Matt Helders ambos pilotam Bonnies, geralmente juntam-se a Turner sobre sua moto Bonneville influenciável da Holiday Customs e Nick sobre ‘qualquer coisa que eu coloque minhas mãos’ para passeios saindo de suas mansões no Monte Hollywood.
“Quando a gente não pode sair como uma gangue, sairemos como amigos ou eu vou com Al— os dois com capacetes fechados porque eu aprendi a minha lição. Mesmo que seja um passeio rápido, a sensação de anonimato é fantástica,” admite.
Comunicativo, educado e comedido, Nick, assim como o restante da banda, realmente não vive o estilo rock and roll dos bad boys e rollers, mas deixa sua escolha de sonho por motos falar por ele: “A nova Triumph customizada Scramblers provavelmente viria a ser a minha ideal pois elas tem aquela borda de corte extra, mas é uma escolha complicada, pra ser honesto.”

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Bonneville T100 nas ruas de Sheffield

“Toda vez que você vê novas Triumphs lançadas como a Scrambler e a Thruxton, eles acertam, mas eu acho que tem um forte elemento daquele britanismo que me influencia.”
Ele acrescenta: “Estamos instalados em LA agora e tem esse coisa de ‘a grama [do vizinho] é sempre mais verde’ que continua tendo. Então estaremos lá por seis meses e eu ficarei com saudades da cidade central de Sheffield e os montes redondos e verdes ao redor, e ter de voltar para casa [em LA].
“É onde eu cresci e o lugar é uma grande parte da minha vida. Tenho tantos ótimos momentos e memórias de lá, por isso ter a liberdade de passear nos arredores sem pertubações é um sentimento muito especial sempre quando eu volto. Passarei alguns meses aqui e daí começarei a sentir falta da California e os pensamentos se voltarão para lá. E então o ciclo começa de novo.”
Um dos primeiros passeios notáveis de O’Malley foi numa T120 de Los Angeles à Joshua Tree através do National Park e, em sequência, para Palm Springs com alguns colegas. E seu apetite tem sido pura e verdadeiramente estimulado.

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“Pode também ter sido um milhão de milhas de distância de Sheffield,” ele diz: “e essa era a emoção nisso… ter o propósito de ir e vir aonde queríamos; ver novas paisagens e não estar confinados a alguma coisa que não tivesse valor.”
De volta ao lar, ele escapa dos rigores de agenda de gravação extenuante — os garotos têm planos de estar de volta ao estúdio no começo do ano novo [2017] — pilotando adentro o campo ao redor de sua casa: “Aonde eu moro você sempre vê todo fim de semana centenas de pilotos indo pelo campo. A Woodhead Pass e a Snake Pass [ambas rodovias] não estão tão longe e são fantásticas, duma forma muito diferente da paisagem da California.”
Mas Nick insiste que todo o ‘assunto de estilo de vida’ é em si tão atraente quanto pilotar, e acrescenta: “O foco em torno das motocicletas é apenas outro bônus adicional na verdade. E agora tem um monte de coisas maneiras rodeando-as, e cá entre nós, a maioria das melhores jaquetas de couro têm suas raízes na aviação ou nas motocicletas [pequenas].

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“Eu fico realmente empolgado toda vez que eu subo numa moto e me pergunto ‘sei como fazer isso?’ e depois penso ‘sim, eu sei’ e você está imerso em seu próprio mundo, se sentindo como se pudesse ir a qualquer lugar que quiser e que nada pode te parar.
Você pode simplesmente ir, ver paisagens, novos lugares… é um pouco como estar nos dias modernos do [Velho] Oeste Selvagem.”

 

Notas
1 CBT [Compulsory Basic Training] sção testes necessários para a obtenção da licensa de veículos no Reino Unido.
2 ‘Uma vez mordido, duas vezes tímido’ [“Once bitten, shy twice”, no original]. Ditado popular da língua inglesa que implica não repetir novamente um ato que deu errado da primeira vez. Ser precavido.

 

Fonte: For The Ride

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