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ARTIGO: A jornada dos Monkeys no deserto: A produção de Humbug

Equipe de roqueiros do U.K. com Josh Homme por um terceiro álbum viajante e denso.

All Points West 2009

Saindo de Los Angeles para o deserto Joshua Tree, os Arctic Monkeys sentiram uma mudança ocorrendo: estavam prestes a entrar em um território inexplorado, na paisagem mítica que inspirara Jim Morrison e Gram Parson. “Não conversamos muito na viagem, nós só ouvimos as mix-tapes que fizemos um para o outro,” diz Josh Homme, o frontman do Queen of the Stone Age, que crescera nas proximidades e fora convocado para produzir ‘Humbug’, o terceiro disco dos Monkeys. “Sinto como se eu fosse o guia deles na Amazônia: Eles vieram até a mim: ‘Você vai nos levar ao estranho e desconhecido?'”
Ambos os dois LPs anteriores deles foram gravados na Inglaterra, em proximidade ao ambiente de classe trabalhadora que inspirou os desconexos primeiros hits, como “I Bet You Look Good on the Dance Floor.” Gravar no Rancho de la Luna — um estúdio numa casa de estuque na minúscula cidade de Joshua Tree — ajudou os amigos de escola a descobrir uma vibe inteiramente nova. Humbug é o álbum mais pesado e viajado dos Monkeys, aumentando sua flexibilidade na ferocidade punk com uma construção de ambiente psicodélico por guitarras embanhadas em reverberações e pelas partes orgânicas da casa assombrada. “Joshua Tree era diferente de qualquer situação que estivemos antes, então nos sentimos como, ‘Nós podemos fazer qualquer coisa,'” diz o cantor e guitarrista Alex Turner, entre uma caneca de cerveja no quintal de um pub em Brooklyn, onde na primavera anterior ele se realocara com sua namorada Alexa Chung, apresentadora da MTV. “Acho que nos surpreendeu tanto que estávamos tipo, ‘Uau, este é um lugar especial.'”

joshua tree

Joshua Tree

Entre takes, os Monkeys disparariam rifles de ar no estúdio-varanda ou iam por uma cerveja a Pioneertown, um set de filme de Wild West construído em 1940. “Dentro, a pessoa parece como se estivessem em um salão — cowboys modernos e ciclitas,” diz baterista Matt Helders. Homme mesmo os levara em uma excursão para Integratron, uma estrutura de cúpula de madeira acústica que acreditava-se ajudar a balancear chakras.
“Quando a banda começou, nós não queríamos deixar ninguém entrar — por medo que isso mudaria as coisas, e que não seríamos mais nós mesmos,” diz Turner, trajando camiseta e jeans. “E nós fizemos nosso segundo disco morrer rápido, porque havia este desejo de mostrar nossa pele e demonstrar que a gente tinha mais em nossa manga. Mas com este, estávamos preparados para pôr um pouco mais de consideração. Pela primeira vez, esta coisa realmente parece como nós não aproximando de nós mesmos.”

integraton

Integraton

No U.K., os Monkeys —Turner, Helders, o guitarrista Jamie Cook e o baixista Nick O’Malley — são populares o bastante que uma vez o Primeiro Ministro Gordon Brown os mencionara e os deixara em evidência. O hype anterior de seu álbum de estreia, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, vendeu mais de 350,000 cópias em sua primeira semana, batendo o disco do Oasis como o álbum de estreia mais rapidamente vendido na história da música do U.K. Na época, Turner e seus camaradas de banda ainda eram adolescentes vivendo na casa de seus pais. Antes que eles tivessem tempo para descobrir suas identidades, eles foram sendo angariados como a mais nova importante banda de rock da década, elogiada pelas narrativas artísticas formuladas por Turner sobre as banalidades da cultura jovem britânica — a bebida, as rixas e garotas, que fazem uma noite se misturar com outra.
Turner, agora com 23, parece aliviado de ter se movido para um novo estágio em sua vida. “Eu acho que estou chegando na idade onde finalmente posso rir com meus pais,” o cantor diz. Seus parentes — Mãe Penny, ensina alemão; Pai David, um professor de música — visitaram New York na semana anterior, e Turner parecia genuinamente impressionado de ter tido tal momento aprazível para lhes mostrar a cidade. Turner insiste que os Paparazzi não são de muito o problema de voltar para casa em Londres, mas ele raramente está sorrindo quando eles fotografam ele e Chung saindo do shopping juntos. Aqui — vivendo na seção Williamsburg do Brooklyn — Turner tem um tempo de se enturmar mais fácil. “Eu sempre fui bem tímido,” o cantor diz. “Nos primeiros anos da banda, eu fiquei um pouco mais confiante e tipo enganando a mim mesmo ao pensar que eu não me importava de ser o centro das atenções. Mas com o tempo passou, eu percebi que realmente eu sou um garoto quieto.”
Nos bastidores do festival ‘All Points West’ de New Jersey, onde os Monkeys são a atração principal para dezenas de milhares de fãs, a banda alivia seu nervosismo de pre-show jogando uma bola de futebol vermelha adornada com um logo dos Arctic Monkeys. “Nós vamos tentar coisas novas hoje,” Turner nota antes se dirigir sobre o palco. E com a retrospectiva de Manhattan encará-los do horizonte, os Monkeys aceleraram cheio de força no marchante e psicodélico nova sintonia chamada “Pretty Visitors”, cuja acessível lama é tão espessa quanto a lama que encharcou o campo do festival. Eles apimentaram seus set com sons do Humbug como “Crying Lightning” com sua metamorfose de tempo e rill de guitarra monolítica, e a balada poética “Cornerstone,” onde Turner suplica a uma jovem dama que lhe faz lembrar de uma ex, “Please, can I call you her name?” Ele é o mesmo observador incisivo que permeia “I Bet You Look Good on the Dance Floor,” mas a atitude é mais madura e menos defensiva.

arctic monkeys humbug

Ultimamente Turner tem pensado sobre o nome “Arctic Monkeys” — a banda o escolher antes de decidir quem tocaria o quê — e como não se encaixava quase tão bem quanto o faz agora. “O nome realmente não combina com nosso álbum de estreia,” ele explica. “Antes de sermos contratados, estando tão irritados como estávamos naquela época, sempre alguém falava ‘Não sei quanto a esse nome, caras,’ nós então, ‘Foda-se! Esta é o nosso lance e não vamos mudá-lo por ninguém.’ Mas conforme vai envelhecendo, todo mundo muda. Então o cinismo não está mais espumando tanto. Este provavelmente é o caminho errado, não é?”

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